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Marés. Por Doña Flor

En días de sol y playa, observo el ir y venir de las aguas del mar: nunca parten, ni llegan para siempre. Nada en ellas es definitivo.









Em meio a dias de sol, praia e preguiça, observo as águas do mar na sua dança de ida e vinda: nunca partem, nem chegam pra sempre. Nada nelas é definitivo.

Os orientais, do alto da sabedoria acumulada milênios antes do nosso Racionalismo de arestas, já sabiam que o mundo se desdobra em ciclos: a noite após o dia, sucedida por novo dia, que se deixa anoitecer em seguida. A Primavera se transformando em Verão, que desemboca no Outono, se esvaziando em Inverno e florescendo em nova Primavera.

E o mar, em não sendo diferente, como nada o é, apossa-se de toda a praia, soberano, por vezes intempestivo, diluindo dunas de areia, arrastando raízes profundas, fazendo tombar o que se insinua obstáculo. Para depois se recolher, exausto, cedendo toda a extensão da areia a quem interessar passar possa. E ainda que desenhe diferentes traçados na areia a cada ida e alague diversas partes da praia quando volta, nunca deixa de cumprir o seu ritual cíclico.

Penso, então, na nossa vida de cada dia, que se desenrola e volta a se enrolar, também radiante e triste, abundante e escassa, absurda e óbvia, obscura e transparente. E em como achamos que cada um desses ciclo é o definitivo e que nada se seguirá a ele. E em como nos sentimos definitivamente sofridos ou felizes por isso. E em como vivemos de olhos definitivamente fechados para tudo à nossa volta.


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